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Boas novas inflacionárias do mercado de ações

BERKELEY – Na sexta-feira, 6 de maio, o mercado de títulos esperava que a inflação dos preços ao consumidor dos EUA registrasse uma média de 2,5% nos próximos cinco a dez anos. Esse é o índice de inflação necessário para equalizar os retornos dos títulos do Tesouro americano indexados e não-indexados pela inflação. E considerando-se que a inflação do IPC tem sido maior que a taxa associada ao deflator de preços implícito para despesas de consumo pessoal, eu estimo que a taxa de 2,5% dos próximos cinco anos e dos cinco anos depois atingirá a meta de inflação do deflator de preços de 2% do Federal Reserve dos EUA.

Sendo assim, o que seria necessário para levar a economia de volta à taxa de inflação direcionada do Fed? Uma vez que a taxa de equilíbrio de quatro anos que fechou em 6 de maio foi de 3,22%, a expectativa implícita é que a inflação registre um total acumulado de 3,6 pontos percentuais acima da meta do Fed ao longo dos próximos cinco anos. Se isso não fizer a âncora inflacionária da economia desaparecer, um desvio deste tamanho seria um preço bastante pequeno a se pagar pela retomada rápida da recessão induzida pela pandemia. Se a retomada proporcionar a transformação econômica estrutural de que precisamos, a inflação maior pela qual passamos terá valido a pena.

Assim, me parece que o Fed devia estar dando a volta da vitória. Ele fez exatamente o que devia fazer, permitindo que a economia americana de preço, salário e dívida fixos retornasse depressa não só a um cenário de pleno emprego, mas à versão correta do pleno emprego – com empregados trabalhando em setores que fabricam produtos para os quais há demanda real e fundamental – após um choque. E fez isso sem perturbar a confiança no sistema monetário e na estabilidade dele.

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