eichengreen150_OLIVIER MATTHYSPOOLAFP via Getty Images_christine lagarde Olivier Matthys/Pool/AFP via Getty Images

Bancos centrais do novo modelo

BERKELEY – Nós nos acostumamos a pensar no mandado dos bancos centrais como focados exclusivamente na estabilidade de preços, ou no melhor dos casos no controle da inflação ao mesmo tempo em que assegura o funcionamento tranquilo do sistema de pagamentos. Porém, com a crise financeira global de 2008 e agora, com a covid-19, temos visto bancos centrais intervindo para apoiar um número crescente de mercados e atividades, usando instrumentos que vão muito além das taxas de juros e operações de mercado abertas.

Um exemplo é a Facilitação da Liquidez do Programa de Proteção Salarial do Federal Reserve dos EUA, pela qual o Fed oferece liquidez aos credores que ampliarem empréstimos às pequenas empresas que sofrem dificuldades por causa da pandemia. Este claramente não é o banco central da época da sua mãe.

Agora estamos ouvindo pedidos para ampliar ainda mais estas competências. A presidente do Banco Central Europeu,  Christine Lagarde, e o integrante da diretoria do Fed Lael Brainard têm apelado aos bancos centrais que enfrentem o aquecimento global. Com o pano de fundo do movimento Black Lives Matter, a deputada americana Maxine Waters, da Califórnia, vem pressionando o presidente do Fed, Jerome Powell, a fazer mais para combater a desigualdade, inclusive, em termos mais específicos, a desigualdade racial.

https://prosyn.org/ZkqnE59pt