yu64_Getty Images_china real estate evergrande Getty Images

O equilibrismo imobiliário da China

PEQUIM – Apesar dos fortes ventos contrários na economia mundial, principalmente os da pandemia de covid-19, a China conseguiu alcançar crescimento do PIB de 8,1% no ano passado, seu maior índice em uma década. Com isso, a China atendeu às expectativas do Fundo Monetário Internacional e superou em muito a meta de 6% do seu próprio governo.

Mas o desempenho econômico da China não é tão robusto quanto parece, e não só porque os números de crescimento ano a ano foram achatados pelo "v" induzido pela pandemia em 2020, quando a taxa de crescimento desacelerou de modo acentuado, para apenas 2,3%. O ritmo de crescimento da China foi muito mais fraco no segundo semestre do ano (crescimento de 4%, ano a ano) do que no primeiro semestre (12,7%), em grande parte devido aos esforços do governo para domar o setor imobiliário.

A China tem bons motivos para estar atenta. Os preços de imóveis praticamente triplicaram nos últimos 20 anos, com a relação entre os preços dos imóveis e a renda anual agora em uma média de 43,15 em Shenzhen, 42,47 em Pequim e 33,36 em Xangai, comparados a 13,37 em Londres e 8,76 em Nova York. Isso reflete em parte a má alocação de recursos: A China está construindo muitos arranha-céus, hotéis de luxo e apartamentos de luxo, e não há moradias acessíveis suficientes. A especulação também é uma preocupação.

https://prosyn.org/EsVgnZrpt