pei93_Kevin FrayerGetty Images_zero covid protest Kevin FrayerGetty Images

A Confusa Política do Covid-Zero da China

CLAREMONT, CALIFORNIA – A China viveu recentemente seus maiores e mais violentos protestos políticos desde que o movimento pró-democracia em 1989 terminou em um massacre pelas forças do governo na Praça da Paz Celestial. A recente erupção social não deveria ser surpresa, uma vez que as frustrações com a rígida política de COVID-zero do governo chinês estão sendo fermentadas há muito tempo. No entanto, aparentemente o Partido Comunista da China (PCC) não previu os protestos por vir, apesar de operar um contundente e profundamente intrusivo aparato de vigilância.. Agora, o governo central anunciou que acelerará a mudança da política do COVID-zero com uma ampla flexibilização das restrições. Depois de publicar um conjunto de 20 diretrizes a serem seguidas pelos funcionários no mês passado, reduziu essa lista para dez.

Diante dos protestos, o governo do presidente Xi Jinping evitou a brutal repressão das manifestações ao estilo Tiananmen. Embora um grande número de policiais tenha sido mobilizado para os locais de protesto, esses policiais evitaram táticas sangrentas de “controle de multidão” e prisões em massa, preferindo identificar e intimidar os manifestantes usando tecnologia de rastreamento de telefones celulares. Mas os líderes do PPC  também alertaram que uma “ firme repressão” estava chegando. De acordo com Chen Wenqing, o recém-empossado chefe de segurança interna do CPC, as autoridades terão em mente “atividades de infiltração e sabotagem por forças hostis” e “atos ilegais e criminosos que perturbem a ordem social”.

Embora o governo da China tenha enviado uma mensagem relativamente clara sobre o destino dos protestos, sua posição sobre a política de COVID-zero tem sido nebulosa e inconsistente, com restrições sendo flexibilizadas apenas em algumas cidades, como Guangzhou, Hangzhou e Xangai. Nos últimos dias, a frase “dinâmica política COVID-zero” ( dongtai qingling ) parecia ter desaparecido da mídia estatal.

https://prosyn.org/220oQlrpt