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O partido não dura para sempre

CLAREMONT, CALIFÓRNIA – Os seres humanos que se aproximam dos 100 anos pensam normalmente na morte. Mas os partidos políticos que comemoram o seu centenário, tal como fará o Partido Comunista da China (PCC) a 1 de Julho, são obcecados pela imortalidade. Este optimismo parece deslocado para partidos que governam ditaduras, porque o seu registo de durabilidade não inspira confiança. O facto de nenhum outro destes partidos dos tempos modernos ter sobrevivido durante um século deveria ser motivo de preocupação, e não de comemoração, para os líderes da China.

Um motivo óbvio para a longevidade relativamente reduzida dos partidos comunistas ou autoritários é que as ditaduras partidárias modernas, ao contrário das democracias, só emergiram no século XX. A União Soviética, a primeira dessas ditaduras, foi fundada em 1922. O Kuomintang (KMT) da China, um partido quase-Leninista, obteve o controlo nominal do país em 1927. Os Nazis só chegaram ao poder na Alemanha em 1933. Quase todos os regimes comunistas do mundo foram constituídos depois da II Guerra Mundial.

Mas existe uma explicação mais relevante do que a coincidência histórica. O ambiente político onde os partidos ditatoriais proliferam implica uma existência muito mais Hobbesiana (“desagradável, bruta e pequena”) do que os seus homólogos democráticos.

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