frankel126_MAMYRAELAFP via Getty Images_covaxcovidvaccine Mamy Rael/AFP via Getty Images

A agenda do G20 para a COVID

CAMBRIDGE – Ministros das finanças, governadores de bancos centrais e líderes políticos estão a trabalhar arduamente para preparar a Cimeira de Chefes de Estado e de Governo do G20 de 2021, que se realizará em Roma, a 30 e 31 de Outubro. Com a pandemia da COVID-19 já bem entrada no seu segundo ano, a reunião ocorrerá num momento de incerteza acrescida sobre a saúde pública e a economia global. E apesar de os mecanismos de cooperação internacional terem sido debilitados pela pandemia e continuarem feridos pelo legado do antigo presidente dos EUA, Donald Trump, são hoje mais importantes que nunca.

 “Cooperação” não designa necessariamente a coordenaçãointernacional de políticas monetárias ou fiscais nacionais. Na sua maioria, os países conseguem accionar sozinhos estes mecanismos da forma que melhor os serve. Em vez disso, o G20 deveria concentrar-se na estabilidade financeira, no comércio e na vacinação. Isto, em acréscimo a outras áreas importantes, especialmente a questão existencial das alteraçõesclimáticasglobais, que deverá receber, e receberá, muita atenção.

No decurso de 2020, a maioria dos países respondeu à crise sanitária e à recessão económica com despesa governamental. Mas os mercados emergentes e as economias em desenvolvimento (MEED) não conseguem financiar os seus défices tão facilmente quanto a Europa e os Estados Unidos (com o seu “privilégio exorbitante” conferido pelo domínio global do dólar). Felizmente, muitos destes países conseguiram satisfazer a necessidade intensa de aumentar a despesa sem ter de pagar taxas de juro altíssimas, devido ao estímulo monetário agressivo proporcionado pela Reserva Federal dos EUA e por outros grandes bancos centrais. Os declínios iniciais das moedas, dos preços das acções e dos preços das mercadorias dos MEED verificados em Março de 2020 foram revertidos após a flexibilização da Fed.

https://prosyn.org/98qgDflpt