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Uma recessão global está logo ali mesmo?

CAMBRIDGE – Os principais economistas do mundo passaram a maior parte de 2022 se convencendo de que, se a economia global não estava em recessão ainda, estava prestes a entrar em uma. Porém, com o fim do ano, a quebradeira global está sendo adiada para 2023.

Claramente, os relatos de que os Estados Unidos estavam em recessão na primeira metade do ano foram prematuros, em particular considerando-se quão coeso o mercado de trabalho americano está. E, apesar da confiança com que muitos voltam a proclamar a inevitabilidade de uma retração, as chances de uma no próximo ano estão muito abaixo de 100%. Contudo, graças às aceleradas altas na taxa de juros pelo Federal Reserve americano e outros grandes bancos centrais, há algo da ordem de 50% de possibilidade de uma recessão em 2023 e 75% de chance disso acontecer em algum momento durante os próximos dois anos.

A Europa, atingida com força pelos preços de energia em alta, tem mais chances de entrar em recessão, que o senso comum define como dois trimestres consecutivos de queda do PIB. A China, contudo, parece estar em situação ainda pior. Ela tem os mesmos problemas da Europa, além de um setor imobiliário em colapso e uma disparada nos casos de covid-19, graças à decisão recente do governo chinês de reabrir a economia sem uma pressão suficiente por vacinação.

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