rogoff210_ NELSON ALMEIDAAFP via Getty Images_brazilprotest Nelson Almeida/AFP via Getty Images

Debaixo do vulcão latino-americano

CAMBRIDGE – A atual separação entre a calmaria dos mercados e as tensões sociais subjacentes talvez seja mais intensa na América Latina do que em qualquer outro lugar. A questão é saber quanto tempo mais poderá continuar essa flagrante dissonância.

Por enquanto, os dados económicos da região continuam a melhorar e os mercados de dívida permanecem misteriosamente imperturbáveis. Mas há uma raiva fervente a espalhar-se pelas ruas, principalmente (mas não apenas) na Colômbia. E já com a taxa de novos casos diários de COVID-19 na América Latina quatro vezes mais alta do que a média nos mercados emergentes, mesmo com o início de uma terceira vaga da pandemia, os 650 milhões de pessoas da região enfrentam um desastre humanitário que se vai revelando.

À medida que a incerteza política aumenta, o investimento de capital estagna numa região já afetada por um baixo crescimento da produtividade. E o pior ainda é que uma geração de crianças da América Latina perdeu quase um ano e meio de escolaridade, prejudicando ainda mais as esperanças de alcançar a recuperação educacional com a Ásia e muito menos com os Estados Unidos.

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