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As consequências do interesse americano na China para a segurança

CLAREMONT, CALIFÓRNIA – Durante a Guerra Fria, a Europa foi a prioridade estratégica da América. A Ásia Oriental era em grande medida uma questão secundária, apesar de os Estados Unidos terem travado guerras sangrentas na Coreia e no Vietname e de também terem proporcionado segurança ao Japão, à Coreia do Sul e a Taiwan.

Mas na nova guerra fria que se está a desenrolar entre os EUA e a China, as prioridades estratégicas da América inverteram-se. Hoje, a estratégia de segurança dos EUA é dominada pela ameaça da China, e a Ásia Oriental destronou a Europa como cenário principal para a competição geopolítica definidora do mundo. E as consequências para a segurança desta transição no interesse da América são cada vez mais visíveis.

Nomeadamente, os adversários da América estão a aproveitar-se da sua preocupação com a China para testar a determinação dos EUA. O Irão, por exemplo, endureceu a sua posição nas negociações suspensas para o restabelecimento do Plano de Acção Conjunto Global, o acordo nuclear de 2015 rechaçado em 2018 pelo governo do presidente dos EUA, Donald Trump. Os líderes iranianos parecem apostar numa relutância extrema do presidente Joe Biden em recorrer à força militar e em ser arrastado para uma nova guerra no Médio Oriente, enquanto os EUA planeiam um conflito potencial com o Exército Chinês de Libertação Popular.

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