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O estratagema da Europa em relação à China

CAMBRIDGE – Mesmo no final de 2020, a União Europeia e a China anunciaram a conclusão de um Acordo Compreensivo de Investimento (CAI) entre os dois gigantes económicos. Este “será o acordo mais ambicioso que a China já concluiu com um país terceiro”, vangloriava o anúncio oficial da Comissão Europeia.

O CAI dá às empresas europeias acesso aprimorado ao mercado chinês, retira (ou abranda) as exigências do governo chinês em matéria de empreendimentos conjuntos e transferência de tecnologia em alguns setores, e promete tratamento igual às empresas estatais e maior transparência regulamentar. Além disso, o governo chinês assumiu algumas obrigações no que diz respeito à sustentabilidade ambiental e aos direitos trabalhistas, especialmente ao concordar em fazer “esforços contínuos e sustentados” para ratificar a Convenção sobre Trabalho Forçado.

No papel, esta é uma vitória não só para a indústria europeia, mas também para os direitos humanos. Mas o acolhimento que o CAI tem recebido não é uniformemente positivo. A reação dos EUA variou entre o desapontamento e a hostilidade absoluta. Para os partidários de uma linha dura, incluindo funcionários do governo Trump, a decisão da Europa parecia uma cedência ao poder económico chinês e dá ao país uma importante vitória diplomática.

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