eichengreen185_TIMOTHY A. CLARYAFP via Getty Images_interest rates TIMOTHY A. CLARY/AFP via Getty Images

Crise da dívida sem fim dos países em desenvolvimento

PARIS – A crise da dívida nos países de baixa renda continua se agravando. Entretanto, a comunidade política internacional parece estar perdendo força no problema. Será que conseguirá recuperar seu domínio ou será que um desastre da dívida dos países em desenvolvimento se tornou inevitável?

O número de economias em situação de super endividamento já tinha aumentado acentuadamente entre a crise financeira global de 2008-09 e as vésperas da pandemia do COVID-19, conforme avaliado pelos países que receberam uma desfavorável classificação de B3 ou inferior da agência de avaliação de crédito Moody's. Depois, quando a pandemia eclodiu, o  número de países em dificuldades parou de aumentar, à medida que os líderes globais decidiam enfrentar o que era na ocasião uma emergência humanitária, bem como uma crise financeira. Os países do G20 apresentaram uma Iniciativa de Suspensão do Serviço da Dívida, que aliviou temporariamente da necessidade de pagamento os governos dos países em dificuldades.

Mas quando a DSSI (Iniciativa de Suspensão do Serviço da Dívida) expirou no final de 2021, o número de países em dificuldades começou novamente a aumentar, em parte porque as taxas de juros globais mais elevadas tornaram ainda mais difícil o serviço das dívidas. O número de países em situação de super endividamento, medido pela Moody's, ultrapassa atualmente 40.

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