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A hipocrisia da Índia relativamente à Internet

NOVA DELI – Na cimeira do G7 realizada no mês passado, a Índia juntou-se a 11 outros signatários, desde o Canadá à Coreia do Sul e à União Europeia, na emissão de um comunicado conjunto que confirma a sua “crença comum nas sociedades abertas, nos valores democráticos e no multilateralismo”. A declaração apregoou o compromisso dos signatários com as regras e normas internacionais relativas, entre outras coisas, à “liberdade de expressão, tanto online como offline”, e identificou os “encerramentos da internet com motivações políticas” como uma ameaça à liberdade e à democracia. Segundo esta definição, a Índia já não pode ser considerada um modelo de valores democráticos.

O potencial da Internet como uma força para o bem é reconhecido, nomeadamente pelos cidadãos indianos. Durante a devastadora segunda vaga da pandemia de COVID-19, quando os serviços públicos falharam, os indianos usaram plataformas de redes sociais como o Twitter e o WhatsApp para reunir recursos.

Os indianos também usaram essas plataformas para organizar e mobilizar apoios aos protestos contra reformas agrárias controversas e contra a discriminatória Lei de Alteração de Cidadania. Mas o Partido Bharatiya Janata (BJP), no poder, considerou isso inaceitável, e o governo do primeiro-ministro Narendra Modi suspendeu repetidamente o acesso online sob o pretexto de “manutenção da segurança pública”.

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