signe7_Robert BonetNurPhoto via Getty Images_vaccines africa Robert Bonet/NurPhoto via Getty Images

África tem de produzir as suas próprias vacinas

WASHINGTON, DC – Durante a pandemia, os países ricos assumiram a liderança no rápido desenvolvimento e produção de vacinas contra a COVID-19. Os mesmos países compraram e administraram essas vacinas às suas próprias populações e até encomendaram reforços para pessoas já vacinadas. Enquanto isso, muitos países em desenvolvimento não conseguiram distribuir nem sequer uma dose para a maioria das suas populações.

África, em particular, está a debater-se com o acesso limitado às vacinas contra a COVID-19. No dia 31 de agosto, os países africanos tinham administrado 94 milhões de doses à população do continente, que conta com quase 1,4 mil milhões de pessoas, com um fornecimento total de 134,5 milhões. Em contrapartida, os Estados Unidos – com uma população total de 332 milhões de pessoas – administraram mais de 375 milhões de doses de vacinas.

Esta disparidade reflete, em parte, o facto de a maioria dos países africanos não ser capaz de produzir as vacinas necessárias para proteger as suas populações não apenas contra a COVID-19, mas também contra uma miríade de outras doenças que assolam o continente. África acolhe apenas quatro fabricantes locais de ingredientes farmacêuticos ativos para serem usados na produção de vacinas – há mais dois em desenvolvimento – e duas instalações de “enchimento e acabamento” que dependem das vacinas importadas para produzir doses distribuíveis. As interrupções na cadeia de abastecimento durante a pandemia de COVID-19 mostraram o quão arriscada pode ser essa dependência das importações de produtos médicos essenciais.

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