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A estratégia para a transformação digital de que África necessita

ADIS ABEBA/PARIS – Muitos países africanos reagiram de forma rápida e eficaz para atenuarem os riscos sanitários e económicos decorrentes da COVID-19. Menos bem documentada é a agilidade com que os intervenientes privados e públicos da região adaptaram as suas práticas digitais face às restrições relacionadas com a pandemia. Mas os casos de sucesso são espectaculares.

Por exemplo, as transferências monetárias móveis interpessoais no Ruanda quadruplicaram durante o primeiro mês de confinamento, entre meados de Março e meados de Abril de 2020, quando os pagamentos contactless se tornaram no “novo normal”. Para abrandar a transmissão do coronavírus, start-ups inovadoras desenvolveram soluções digitais, como a aplicação remota móvel DiagnoseMe no Burkina Faso e as ferramentas para triagem da COVID-19 na Nigéria. Os ministérios da educação de pelo menos 27 países africanos implementaram plataformas de e-learning para os estudantes afectados pelo fecho das escolas.

Com efeito, os africanos empreendedores e com experiência em tecnologia já muito antes da pandemia desenvolviam respostas digitais às necessidades crescentes do continente. Já tinham reformulado os modelos de negócio de muitos sectores, desde o financeiro ao comércio electrónico, à agricultura, ao ensino e à saúde, e criaram mais de 640 pólos tecnológicos activos na região.

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