aouattara1_ISSOUF SANOGOAFP via Getty Images_Ivory coast election Issouf Sanogo/AFP via Getty Images

Um teste à democracia da Costa do Marfim

YAMOUSSOUKRO – Quando os europeus e os americanos questionam os cidadãos da Costa do Marfim sobre o seu país, pode dar a impressão que citamos Charles Dickens. Já vivemos, afinal, no melhor dos tempos e no pior dos tempos. As eleições parlamentares desta semana terão uma importância primordial na determinação dos tempos que enfrentaremos nos próximos anos.

Depois de conseguida a independência de França em 1960, a Costa do Marfim experienciou o melhor dos tempos. Num ambiente regional adverso, o nosso país era um farol de progresso, estabilidade e prosperidade, com um crescimento económico estável suportado por um sector exportador em ascensão. Em 1981, o PNB anual per capita da Costa do Marfim era um dos mais elevados de África.

Mas, no fim da década de 1980, os preços das mercadorias colapsaram, destruindo os rendimentos das exportações da Costa do Marfim e trazendo o pior dos tempos. As décadas que se seguiram foram marcadas pela corrupção, pela decadência e por dois episódios de guerra civil.

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