spence156_SAUL LOEBAFP via Getty Images_bidenxi Saul Loeb/AFP via Getty Images

Chega de Desglobalização?

HONG KONG – Novembro foi um mês extraordinário. Líderes globais se reuniram para quatro grandes reuniões: a reunião da ASEAN no Camboja, a cúpula do G20 na Indonésia, o fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC) na Tailândia e a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP27) no Egito. O que impressionou não foi o momento das reuniões, mas sim as evidências que elas produziram de que a maré poderia estar mudando do confronto para uma renovada cooperação na arena internacional.

Nos últimos anos, a economia global parece estar se afastando do envolvimento e da colaboração multilaterais em direção à competição alimentada pelo nacionalismo. Alguns – especialmente as economias emergentes – tentaram resistir a essa tendência, recusando-se, por exemplo, a apoiar as sanções ocidentais contra a Rússia. Mas esses esforços parecem ter causado um impacto sem importância.

Como dizem vários observadores, uma completa reversão da globalização seria virtualmente impossível. Segundo pesquisa do McKinsey Global Institute, nenhuma região, muito menos país, está perto de ser autossuficiente. Mas isso não impediu alguns países e líderes – em particular, os Estados Unidos – de busca-la. E mesmo a desglobalização parcial que eles provocaram teria consequências de longo alcance, algumas das quais – como o aumento da inflação e o aumento do risco da dívida – já estão se tornando aparentes.

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