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As empresas ocidentais deviam sair da China já

WASHINGTON, D.C./BERKELEY/KYIV – Na sua recente visita aos Estados Unidos, o presidente chinês Xi Jinping encorajou as empresas americanas a considerarem o seu país como um parceiro comercial preferencial. Na verdade, as empresas dos EUA deveriam procurar afastar as suas cadeias de aprovisionamento e outras actividades da China, enquanto ainda têm tempo. Através das suas acções deliberadas e recorrentes, a China está a preparar-se para um duelo económico com os EUA.

Durante várias décadas, os governos ocidentais têm adoptado versões do que os alemães chamam Wandel durch Handel (mudança através do comércio), na esperança de chegarem à estabilidade global, de reduzirem a confrontação internacional e (talvez) de promoverem mais democracia através da interacção económica com regimes autoritários. O conceito é simples: os países que tiverem relações comerciais extensas entre si não comprometerão os lucros e empregos resultantes avançando para uma guerra; a prosperidade e a interdependência atenuam a agressão.

Na época que se seguiu à II Guerra Mundial, esta estratégia resultou por vezes espantosamente bem. A criação da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço em 1952 retirou as principais matérias-primas para a produção de armas das mãos dos governos nacionais e originou a União Europeia da actualidade. A Alemanha e a França (e posteriormente outros países da Europa Ocidental) tornaram-se estreitamente relacionadas pelo comércio e investimento mútuos, de tal forma que uma guerra entre si provocaria um custo incomportável tanto na vítima como no agressor. A Europa Ocidental, uma região que durante séculos fora propensa à violência entre estados (muitas vezes com desastrosas consequências globais), tornou-se num bastião da paz.

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