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Uma união dos mercados de capitais é a chave para tornar a Europa mais verde

BRUXELAS – Jean Monnet, um arquiteto da União Europeia, disse outrora que a unidade europeia “será modelada nas crises e será a soma das soluções adotadas para essas crises”. A última década e meia forneceu uma confirmação adicional da previsão de Monnet. Contrariamente aos prognósticos de muitos economistas eminentes, a União Económica e Monetária da UE sobreviveu à crise da dívida do euro e continua forte, graças ao Mecanismo de Estabilidade Europeu. O Plano Juncker ajudou a colocar a economia europeia de volta aos trilhos e o Brexit, longe de destruir a UE, aproximou-a ainda mais.

A UE está mais uma vez a provar o seu valor na pandemia de COVID-19. Os investigadores excecionais da BioNTech desenvolveram uma vacina importante em tempo recorde e as compras conjuntas tornaram possível distribuir vacinas de forma justa e eficaz (apesar de algumas dificuldades iniciais), garantindo taxas de vacinação relativamente altas em muitos estados-membros da UE. O plano de recuperação e o Fundo Europeu de Garantia estão agora a ajudar os países e regiões economicamente mais frágeis a enfrentar as consequências da pandemia.

Desde 2000, a UE tem demonstrado repetidamente a sua capacidade para apresentar soluções e mostrar solidariedade. Mas a procura incessante de soluções rápidas para crises agudas tem uma grande desvantagem: a concretização do mercado único europeu caiu para o fundo da agenda política. Essas questões a nível da UE não desempenharam nenhum papel na campanha eleitoral alemã deste ano, embora o fortalecimento do mercado único seja crucial para enfrentar o aumento da concorrência económica dos Estados Unidos e da China.

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