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Sim, a criptografia ainda é importante

WASHINGTON, DC – Será que sem a Uber, muitos serviços de táxi desenvolveriam as suas próprias aplicações para solicitar transporte de passageiros ou começariam a aceitar cartões de crédito na mesma altura? Nos setores estáticos com pouca concorrência, são necessários novos concorrentes e tecnologias para impulsionar a mudança. E, se for bem gerida, essa mudança nem precisa de ser uma ameaça para os operadores estabelecidos, porque eles podem adotar as novas tecnologias e modelos de negócios para acompanhar o que os consumidores esperam dos novos concorrentes.

Os serviços bancários e financeiros também estão a enfrentar essas mesmas forças. Tal como a Uber e a Lyft criaram um novo modelo para a mobilidade a pedido do consumidor, o mundo emergente dos serviços financeiros baseados na tecnologia blockchain impulsionou os serviços bancários e pagamentos centrados em dispositivos móveis, bem como os mercados de capitais movidos por softwares. Embora os serviços bancários móveis e eletrónicos já existam há algum tempo, o surgimento da criptografia está a permitir novos níveis de controlo e acesso do utilizador com pouco mais do que uma carteira digital pessoal.

Em última análise, os consumidores ganham onde há mais opções. Quando os táxis tradicionais detinham o monopólio, muitas vezes passavam e não paravam porque avaliavam o cliente pelo aspeto ou cor da pele, ou recusavam levar o cliente até ao destino pretendido caso ficasse em zonas que não fossem consideradas “seguras ou habitadas por gente abastada”. Se os novos desafiantes não tivessem alargado o acesso à mobilidade e aos serviços financeiros, essas práticas continuariam sendo a norma.

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