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Como pode a IA criar condições equitativas para as questões climáticas

CAMBRIDGE – Com o mundo a caminho de ultrapassar os 1,5° Celsius de aquecimento na próxima década, podemos prever que os riscos climáticos se intensifiquem, empurrando mais milhões de pessoas para a fome, provocando bilhões de dólares de prejuízos e prejudicando de forma desproporcional os países que menos contribuíram para o problema. Pior ainda, estamos perante uma crise global da biodiversidade: os ecossistemas estão a degradar-se ao ponto do colapso e as extinções de espécies estão a acelerar a um ritmo assustador. Também aqui os mais desfavorecidos são afectados de forma desproporcional.

Para endereçar esta crise dupla ao ritmo e escala necessários, a comunidade internacional tem de alterar a sua abordagem. Historicamente, os acordos globais para endereçar as alterações climáticas e a perda da biodiversidade têm sido negociados separadamente, apesar de as duas questões estarem estreitamente relacionadas. Além disso, o processo tem sido ensombrado por disparidades estruturais, desequilíbrios de poder e a priorização de interesses nacionais e comerciais sobre o bem comum global.

Nem as sociedades humanas nem os sistemas naturais que as suportam podem funcionar bem de forma isolada. Os desafios interligados, dinâmicos e complexos exigem soluções baseadas no pensamento sistémico e uma consideração plena de todos os dados. Mas os conjuntos de dados relevantes são enormes e estão em constante mudança. Não podemos navegá-los sozinhos. Precisamos de um co-piloto.

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