children robot GREG BAKER/AFP/Getty Images

IA para o desenvolvimento humano

SÃO FRANCISCO – O actual entusiasmo em torno da inteligência artificial reflecte não apenas o modo como as aplicações da IA podem transformar empresas e economias, mas também a esperança de que possam resolver desafios como o cancro e as mudanças climáticas. A ideia de que a IA pode revolucionar o bem-estar humano é obviamente tentadora, mas até que ponto será realista?

Para responder a esta questão, o McKinsey Global Institute examinou mais de 150 cenários onde a IA está a ser aplicada, ou poderia ser aplicada, para o bem social. O que concluímos foi que a IA poderia contribuir de forma importante para a resolução de vários tipos de desafios societais, mas que não se trata de um remédio milagroso – pelo menos, por enquanto. Embora o alcance da IA seja amplo, devem ultrapassar-se constrangimentos no desenvolvimento e riscos aplicacionais antes que possam extrair-se benefícios à escala global.

Na verdade, a IA já está a alterar o modo como enfrentamos desafios do desenvolvimento humano. Em 2017, por exemplo, equipas de salvamento em Houston foram ajudadas por software de detecção de objectos e imagens de satélite durante o rescaldo do Furacão Harvey. Em África, algoritmos ajudaram a reduzir a caça furtiva em reservas naturais. Na Dinamarca, são usados programas de reconhecimento de voz nas chamadas de emergência para detectar se os interlocutores estão a sofrer uma paragem cardíaca. E no MIT Media Lab perto de Boston, investigadores usaram “aprendizagem por reforço” em ensaios clínicos simulados que envolveram pacientes de glioblastoma, a forma mais agressiva de cancro cerebral, para reduzirem as doses de quimioterapia.

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